Há um tempo, ando me olhando com
certo orgulho. Uma admiração por quem me tornei, pelas dificuldades que superei
e pelas escolhas que fiz. Fico pensando: “como foi bonito o trajeto até aqui”. “Quanta
coisa eu construí”! “Que orgulho da mulher que me tornei”.
E, quando a gente começa a se
olhar dessa forma, tudo se torna mais simples. A gente passa a ter muito claro
o que soma e o que não agrega, o que deve permanecer e o que precisa partir.
Parece que a gente ganha um super poder: o poder de ser dona da nossa
caminhada. E a gente passa a ter a missão de se defender de tudo e de todos que
venham a sugar a nossa energia sonhadora.
Tornamo-nos pessoas mais
práticas. Aceitamos com gratidão o que chega para somar e deixamos seguir, de
coração aberto, o que resolve partir. Aprendemos a agradecer o que temos,
apesar de – muitas vezes – não ser o que desejávamos. Não é uma questão de
conformismo. É um olhar sobre a vida. É uma mudança de olhar sobre a vida e
sobre a nossa condição humana.
É entender quem somos, com nossos
defeitos, com nossos erros e acertos. É compreender que estamos neste mundo
para viver as melhores coisas que ele pode ofertar e que podemos devolver
coisas boas ao universo.
Quando nos apaixonamos por quem
nos tornamos, fica difícil olhar para trás. Fica difícil aceitar qualquer
condição “meia-boca”, fica difícil aceitar menos do que merecemos. E o que
merecemos? Uma vida plena e linda a ser vivida.