terça-feira, 7 de março de 2017

A geração que mandou bilhetinho e agora vive no Whatsapp



A nossa geração viveu na pele todas as transformações tecnológicas dos últimos anos. E elas influenciaram o que somos e a forma como nos relacionamos. Diferente dos nossos pais, que tiveram o primeiro contato com a internet apenas quando adultos (e alguns só estão tendo contato agora), e dos nossos futuros filhos (que já nascerão num mundo de relações intermediadas virtualmente), nós vivenciamos cada fase da nossa vida até agora diante de uma realidade tecnológica diferente.

Nós ainda pegamos a época de mandar bilhetinho de papel na sala de aula, de ligar de “orelhão” na hora marcada para o paquera. Depois, na adolescência, tivemos acesso aos primeiros celulares. Através deles, mandávamos mensagens de texto, ligávamos nos três segundos ou preferíamos falar aos finais de semana (por causa das promoções de ligação).

A nossa geração tinha computador em casa, mas entrar na internet era algo a ser feito apenas de madrugada ou nos finais de semana. Caso contrário, estourávamos a conta de telefone dos nossos pais. Afinal, tínhamos internet discada. Foi nessa época, final da adolescência, que conhecemos os bate-papos do Bol e do Uol. Através desses sites, podíamos conversar com pessoas da nossa cidade ou de qualquer lugar do mundo. E, para isso, bastava um nickname. 

Na época, selecionávamos a pessoa pela conversa. Em 20 minutos “teclando” com alguém, era possível saber mais ou menos se os interesses da pessoa combinavam com os seus. Você só trocava contato com alguém que realmente te chamasse atenção. E a pessoa só via a sua foto se você trocasse contato (na época, o mais comum era trocar o endereço de MSN).


Enfim, primeiro vinha o conteúdo. Depois, o visual. Falando em MSN, era preciso marcar com o namorado, com os amigos ou com o paquera a hora de entrar no programa. Dava um frio na barriga quando você ficava online e a pessoa não aparecia. De repente, aquela janelinha subia. Quando estávamos com raiva, colocávamos uma indireta na frase do perfil. Também fazíamos várias suposições quando víamos uma frase estranha no perfil de alguém próximo.

Na mesma época do sucesso do MSN, nós tínhamos o Orkut, que foi a nossa primeira rede social. No início, a gente falava com meia dúzia de amigos na rede. Depois, a ferramenta foi se popularizando. No auge do Orkut, prova de amor era um depoimento. E a prova de uma traição também poderia estar num depoimento não aceito. Afinal, não havia inbox no período.

Hoje, aos 30, vivemos numa época em que a principal forma de acesso à internet é realizada através dos celulares. O celular é quase uma extensão do nosso corpo. O MSN deu espaço ao Whatsapp. Ao invés de avisarmos quando estamos online, estamos sempre online. O Orkut acabou e ficamos com o Facebook.

No lugar dos bate-papos, acessamos aplicativos com cardápios virtuais de possibilidades. Primeiro, a imagem. Você escolhe o que lhe convém aos olhos. Só depois a conversa, o conteúdo... Do bilhetinho no colégio aos aplicativos de celulares, a nossa geração passou por muitas mudanças. Cada fase com uma realidade diferente. Agora, só nos resta nos preparar para as próximas transformações culturais...


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