domingo, 7 de abril de 2019

Permita-se viver os presentes do acaso


Nestes tempos de Whatsapp, uma amiga me mandou um áudio relatando que estava apaixonada, que havia tido um encontro de almas. No entanto, inúmeras inseguranças permeavam o imaginário dela: "E se isso não der certo?" "E se ele não gostar disso?". "E se...?".

É normal sentirmos medo, principalmente quando encontramos algo que mexe com toda a nossa estrutura. É normal querermos para sempre aquela pessoa que nos faz andar sorrindo feito bobo pela casa, que nos faz olhar a vida de uma forma mais bonita e que nos faz acreditar em tudo que não acreditávamos mais.

Como é bom quando alguém chega para trazer poesia quando estamos mergulhados em prosa! Como é bom encontrar cumplicidade num outro olhar, paz num outro sorriso e felicidade num abraço. Justo aquele abraço que ninguém tem. Só aquela pessoa. Só você e ela.

Esses encontros de almas, ao acaso, não acontecem com muita frequência. São raros na vida. Só que, às vezes, a gente quer racionalizar demais. A gente quer a garantia da eternidade... A gente quer o "para sempre" antes de experimentar "o viver". E nada vai nos dar essa garantia de "por quanto tempo vai dar certo", "por quanto tempo vai ser mágico".

Pode ser que dure muito tempo. Pode ser que não. Pode ser que vocês fiquem juntos por vários anos, e a mágica deixe de existir. Pode ser que vocês reconstruam esse sentimento e as "borboletas permaneçam por ali". Pode ser que vocês se separem logo e percebam que não era nada disso. Pode ser que vocês se separem e, mesmo assim, todas as vezes que se olharem, percebam que o encantamento nunca acabou.

Em relação a esses acasos, não há receita ou conselho muito eficaz. O que disse a ela e diria a você é que "permita-se viver", independente do que virá no futuro. Afinal, encontros de almas são a mais pura expressão do que podemos chamar de "presente".