quarta-feira, 30 de março de 2016

De repente quase 30: aprendizados e novos rumos...


                                                                                                           Imagem: meumundodeagendasepapelarias.com 
                                   
A chegada dos 30 é um momento de finalizar ciclos, retomar alguns projetos parados no tempo e começar algo novo. É uma fase de prestar contas com você mesmo. O que eu fiz até aqui? O que eu fiz com o meu tempo? O que eu fiz com o meu dinheiro? O que eu fiz com os meus relacionamentos? O que eu fiz com os meus sonhos?

É uma fase também de anotar num caderninho, ou no notebook, ou no tablet para onde eu quero que a vela do meu barco siga. O vento continua soprando, o barco já mudou de rumo algumas vezes e é hora, novamente, de direcioná-lo. Só você pode fazer isso, e esse período é  propício para essa reflexão interna e pessoal.

É comum que nessa fase fiquemos mais introspectivos. É comum que alguns dogmas não sejam mais levados em consideração. É natural deixarmos velhos hábitos. É normal aprendermos a nos priorizar. Afinal, os últimos 10 anos foram de descobertas e aprendizados intensos. E a década que se aproxima anuncia vivências menos regadas à ansiedade e mais à sabedoria.


Não é uma questão de menosprezar os anos passados, mas – sim - de valorizar a experiência adquirida, a sabedoria construída ao longo do tempo. Afinal, se há uma coisa positiva em ver o passar dos anos é o que aprendemos e a forma como o nosso olhar vai mudando. E isso nos permite uma melhor compreensão do tempo e do que vivemos. 

segunda-feira, 21 de março de 2016

A sociedade do sucesso e do otimismo

Feliz ou infelizmente, vivemos numa época em que cultuamos um deus chamado “sucesso”. Todo mundo é meio que obrigado a obter sucesso e sair propagando por aí. Os que chegaram ao “topo” são pessoas que se dedicaram, que trabalharam arduamente, que foram além e que sempre propagaram palavras otimistas. Essas pessoas nunca pensaram em desistir, nunca se questionaram sobre as suas escolhas e sempre disseram coisas positivas.

E esse show de meritocracia questionável acaba ferrando o psicológico da pessoa que não chegou ao tal do “topo”. Afinal, muitas vezes, essa pessoa trabalha arduamente, estuda incansavelmente, dedica-se ao máximo, mas a fórmula não funcionou 100% para ela. Ou pelo menos, até agora não. E, na minha concepção, essa pessoa tem o direito sim de questionar as suas escolhas, de entender como funciona o mercado e de pensar em desistir.


Fonte da imagem: superpropaganda.net

Isso não significa adotar uma postura de derrotado ou de vítima. O que questiono é o fato de vivermos numa sociedade em que não podemos demonstrar fraquezas nem dúvidas.  É óbvio que é preciso fazer sempre algo para melhorar e nunca se acomodar com o “status quo”. Todavia, respeito quem não seja sempre forte. Acredito que são os momentos de fraqueza que nos fazem repensar as estratégias e que nos fortalecem mais à frente.


Afinal, ninguém sabe o caminho que você traçou até aqui. E os conceitos de sucesso e fracasso são muito relativos. Muitas vezes, você não chegou ao lugar que planejou, nem da forma que todos consideram sucesso, mas você está feliz com suas escolhas e com os seus passos, inclusive com o ritmo deles. Assim, o que pode ser um fracasso para os outros não é para você.  

segunda-feira, 14 de março de 2016

Por que, quase aos 30, dá vontade de jogar tudo para o alto?

De repente, alguém postou num grupo do Facebook que está “na crise dos 30 anos”. Em poucos minutos, mais de 300 comentários. Todo mundo, de alguma forma, mostrou identificação com o tema. A pessoa da postagem dizia que estava com vontade de “jogar tudo para o alto e recomeçar do zero”. Mas, por que, a chegada dessa idade mexe tanto com a gente? Por que é tão forte essa vontade de romper com tudo?

Para o psicólogo consultor Dr. Michael Sinclair, em texto originalmente divulgado na revista Galileu, essa crise é principalmente gerada pelas suas escolhas profissionais e de experiência de vida. Já para o mundo da astrologia, essa crise acontece aos 29 e meio e significa o retorno de saturno. É um momento de mudança, de ruptura. Algo de importante acontece na nossa vida.

De acordo com reportagem originalmente publicada no Brasil Post, segundo pesquisa do jornal Daily Mail, aos 31 anos, as mulheres estão no auge de sua confiança sexual. Ainda segundo a mesma reportagem, aos 30, se você não está feliz no trabalho, você tende a ficar mais insatisfeito e mais desgastado emocionalmente.

Talvez seja esse turbilhão de acontecimentos (aumento da confiança sexual, mais maturidade nos relacionamentos e insatisfação no trabalho) que nos faça querer ir mais além, romper algumas barreiras e recomeçar.

Fonte da imagem: www.pinterest.com/superelaoficial

Eu já pensei em vender tudo que tenho (que não é lá muita coisa) e sair viajando sozinha pelo mundo. A cada parada, eu escreveria detalhes da viagem para depois publicar um livro. Mas sempre me pego pensando: e vou viver de que quando voltar?

Também pensei ultimamente no tanto de oportunidade bacana que perdi quando eu era mais nova, simplesmente por medo de arriscar. Dá uma vontade louca de reviver algumas coisas, mas as conjunturas são diferentes e é preciso olhar além. Outro ponto que me pego pensando é que quero casar e ter filhos, mas não me vejo enquadrada em modelos concebidos socialmente e que seriam verdadeiras “prisões” para mim.

Enfim, são muitos questionamentos e muitas tentativas de explicá-los.  O que posso fazer é sempre buscar o equilíbrio entre o que acredito e o que me é permitido. Afinal, nem tudo sai do jeito que a gente planeja. E vamos reaprendendo. Ainda há muito a descobrir!



terça-feira, 8 de março de 2016

O fato de eu ser mulher e o dia 08 de março

Estudei boa parte da minha vida num colégio só de mulheres. Então, no dia 08 de março, a direção e a coordenação preparavam homenagens especiais ressaltando a nossa missão em “ser mulher”. Eram lidos aqueles poemas que destacavam a beleza, a delicadeza e a força de uma mulher. No final, recebíamos rosas. No entanto, faltava uma reflexão sobre o lugar que ocupamos no mundo e como o mundo nos cobra.

Eu não faço mais questão de ganhar rosas no dia 08 de março. Eu não faço mais questão de ouvir um homem dizer que “sou a mulher mais linda do universo”, até porque não sou. E aprendi a odiar exageros. Eu só quero ser respeitada no meu dia a dia. Eu só quero que não gritem comigo, nem namorados, nem maridos, nem chefes. Eu só quero que saibam me olhar com respeito. Eu só peço que abaixem o tom, pois não sou nenhuma “vagabunda”. Ah, e se fosse, também mereceria respeito.

Eu quero não perder mais vagas de emprego porque é uma função muito difícil de ser exercida por uma mulher e exige autoridade. Eu não quero mais voltar para casa chorando porque o meu chefe me humilhou no trabalho, valendo-se da minha condição de mulher. Eu não quero mais ter um namorado que me grita ao telefone, porque ele aprendeu a gritar com todas as mulheres da vida dele.

Eu quero ser respeitada quando decidir ter meu filho e não questionada se vou conseguir voltar a trabalhar. Eu quero poder chegar à minha casa após um dia cansativo de trabalho e deitar-me no sofá. Não quero ser obrigada a cozinhar e limpar, apenas porque sou mulher, enquanto meu marido fica conversando ao celular.

Não é que eu queira 100% dos direitos iguais, até porque a nossa condição nos faz diferente. Eu quero apenas que essa condição seja respeitada, que sejamos bem remuneradas, que sejamos valorizadas, que as tarefas de casa sejam divididas e que possamos escolher o que é melhor para a gente. Quero que o fato de eu ter nascido mulher seja um motivo de orgulho e não um peso que se carrega nessa vida.


segunda-feira, 7 de março de 2016

Porque eu sou livre...

Honestamente, às vezes, acho que a minha mãe se arrepende de ter me "criado para o mundo". Afinal, eu aprendi direitinho e sou aquele pássaro que tem pavor a gaiolas.

Eu aprendi a ser livre. Fui criada para ser assim. Cresci e desbravei esse mundão de meu Deus sozinha, acompanhada, pegando carona na estrada, conhecendo gente, descobrindo o meu eu...

Sou desbravadora. Gosto de sair sem rumo. Gosto de fazer o meu horário. Gosto de me proporcionar a melhor dança. Gosto de gargalhar.

Às vezes, é difícil me entender. Às vezes, é difícil acompanhar o meu passo. Talvez essa imagem de mulher destemida que mora e viaja sozinha contraste demais com a de romântica que quer casar e ter filhos.

Mas o que posso  fazer se quero aproveitar cada segundo desta vida para conhecer algo novo?Mas o que posso fazer se meu tempo é precioso demais para eu usá-lo com qualquer coisa?

Quero continuar espalhando meu canto, escolhendo danças e desbravando novos destinos, conhecendo gente e contando histórias... É disso que sou feita. E essa é a minha essência.

quarta-feira, 2 de março de 2016

Nossa! Só faltam dois meses e eu ainda queria resolver tanta coisa antes dos 30...

Sou daquelas pessoas bem ansiosas. Tudo bem que nos últimos anos tenho melhorado bastante. E aprendi uma técnica interessante para a minha ansiedade: respirar! Toda vez que vou fazer algo por impulso, tento respirar. Tem funcionado a maior parte do tempo. Digamos que em 80% dele.

Quando foi em outubro, novembro de 2015, começou a vir mais latente em mim aquele pensamento: “nossa, próximo ano, você faz 30”. E eu comecei a pensar a respeito. É claro que você pensa um monte de bobagem, mesmo que – junto – venham alguns pensamentos relevantes para o momento.  Como já falei outra vez no blog, passam várias cobranças na sua cabeça (as suas e as que você recebe cotidianamente de família e amigos).  E quando você escolheu o caminho menos tradicional é que essa pressão fica pior.

Algumas pessoas dizem que, quando completamos 29 anos e meio, nossa vida passa por um momento de transformação significativo. Haverá alguma ruptura importante. E, a partir dali, a nossa vida vai ganhar novos rumos. Dificilmente, alguém passa por essa idade sem grandes transformações. Coincidência ou não, quando eu estava nesse momento da vida, vários ciclos se encerraram. Muita coisa desmoronou. E eu tive que recomeçar, praticamente do zero. Na verdade, ainda estou recomeçando. E começar, apesar de ser algo que ensina e liberta, nunca é fácil.

Foi assim que nasceu o blog: uma tentativa de compartilhar sentimentos e experiências da idade. Às vezes, textos mais leves, relembrando nossa infância, adolescência, como a vida era mais fácil antigamente. Outros mais densos e com as feridas à mostra. Afinal, quem escreve tem que se mostrar e me propus a isso. O blog tem espaço também para os textos mais leves e otimistas, carregados de um sentimento cada vez mais latente no meu peito de que posso ser o que eu quiser, basta eu acreditar nisso.


E, agora, passados mais de dois meses, percebo que a grande mudança tem sido interna, tem sido o me permitir me autoavaliar, tem sido me tornar – a cada dia – mais forte e mais resiliente. Adoraria, até o dia do meu aniversário, já ter resolvido algumas questões importantes na minha vida. Mas nem tudo depende da gente. Também tenho descoberto não ter o poder de solucionar tudo. Sei que ainda há um longo caminho de transformação pela frente e que, provavelmente, vai ultrapassar a barreira dos 30. Espero continuar aqui compartilhando com vocês. Espero que vocês continuem aqui interagindo com o blog.