terça-feira, 5 de julho de 2016

“Como eu era antes de você” consegue superar o clichê dos filmes românticos

*Contém spoiler
“Você só tem uma vida. E o seu dever é vivê-la o mais plenamente possível”.

Confesso que não li o livro “Como eu era antes de você” e odiei o nome do filme. Primeiro, porque acredito que ninguém deve ser responsável pela nossa “redenção”. Não podemos colocar na mão dos outros a responsabilidade pela nossa felicidade nem pela nossa tristeza. Além disso, tenho evitado as comédias românticas – tipo de filmes que nos faz sair suspirando do cinema e idealizando demais versus o que vamos encontrar no mundo real.

Foto: divulgação

“Me before you” tem muitos clichês. Tipos diferentes, paixão improvável, fatos difíceis de acontecer na vida real. Mas há algo muito maior e que – para mim – valeu a pena. O filme nos faz refletir sobre como direcionamos a nossa vida e sobre as pequenas felicidades cotidianas, algo que venho buscando bastante nesses últimos meses.

Então, considero o filme uma reflexão bem mais sobre a vida do que, necessariamente, sobre uma história de amor. Muitas vezes, precisamos  de pessoas que nos ajudem a nos enxergar de uma forma melhor, que consigam ver a beleza que insistimos em esconder. Muitas vezes, é num desses encontros que percebemos o quanto estamos desperdiçando o nosso tempo com alguém que é bom, mas não é o suficiente.

Às vezes, não temos coragem de voar. Às vezes, não nos achamos merecedores de tanto. E, para nos ajudar, aparece alguém. Não um redentor que vai salvar você de todos os seus problemas, mas alguém que vai colaborar para você encontrar o caminho. Caminho esse que, muitas vezes, será percorrido sozinho.


Afinal, nem todo mundo que chega, permanece. Às vezes, é preciso seguir caminhos diferentes. O que fica é o aprendizado construído em conjunto e o quanto aquela pessoa foi importante num determinado momento, o quanto ela contribuiu para você ser alguém melhor. Não por causa dela, mas por escolha sua... Para mim, Will Traynor (cadeirante que vive preso em seu próprio mundo) é essa ponte na vida de Louisa Clark (uma jovem cheia de possibilidades e que tem medo de viver intensamente).

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