terça-feira, 20 de dezembro de 2016

Eu, 30, na balada que eu frequentava aos 18


Após uma temporada intensa de relacionamento sério com o Netflix, resolvi sair de casa e curtir uma balada. Pesquisei, pesquisei, pesquisei... Fiz as contas dos custos (Uber + entrada + consumo) para ver o que cabia no meu orçamento. Isso mesmo, nesta fase da vida, a gente faz previsão de custos até para diversão (afinal nossos boletos estão ali religiosamente esperando o nosso salário)...

Eis que havia uma festinha em que, para entrar, bastava compartilhar a publicação referente ao evento e chegar antes das 22h. Inocentemente, gostei da ideia (e olha que eu nem imaginava o ritmo musical da noite). A única coisa que lembrei foi do quanto eu já gostei de frequentar aquele local. Era a balada que eu costumava ir às sextas-feiras à noite, depois da faculdade, com as minhas amigas. A gente pegava um ônibus para ir ao local, entrava no 0800 e esperava amanhecer para voltar para casa. Lembro que o som era legal e o público sempre interessante.

Então, pensei: “a festa será boa”. A minha memória afetiva trazia boas recordações de lá. No entanto, minha mente omitiu um pequeno detalhe: havia 10 anos que eu não ia a uma festa naquela casa de show. Apenas 10 anos... Daí, o que aconteceu? Simples: eu era a “tiazona” da festa...

Quando cheguei, vi uma fila que dobrava o quarteirão (metade da cidade queria entrar sem pagar) e percebi que todos ali deviam ter a idade que eu tinha quando frequentava o local. A minha memória afetiva havia me traído. Então, lá fui eu (a única de salto alto e vestido com brilho) passar a noite sentada no banquinho do bar e assistir à criançada dançando e paquerando como se não houvesse amanhã...


Bom, o fato positivo foi que eu aguentei ficar acordada a noite toda (apesar de ter amanhecido toda quebrada como se eu tivesse dançado exaustivamente). Já o fato engraçado foi perceber que, com o passar do tempo, nos sentimos deslocadas em locais que nos sentíamos em casa. Por fim, o fato curioso é descobrir quais os locais que pessoas da nossa idade frequentam, se é que saem de casa... 

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