Ah, primavera,
quão mágica tu és! Carrega em si o colorido mais bonito, o brilho mais latente
e o sorriso mais belo de todas as flores. Assim como a primavera, algumas
paixões chegam para fazer morada em nossa vida sem avisar. São aquelas que, em
pouco tempo, nos tomam por inteiro, nos fazem sussurrar e nos ajudam a ver
beleza nos detalhes mais simples do dia a dia.
De repente, do
nada, um mero desconhecido passa a dizer coisas que soam como música aos nossos
ouvidos. É uma sintonia. É um daqueles encontros mais bonitos que a vida pode nos
proporcionar. E tudo flui normalmente como o balançar das ondas: o estar junto,
o frio na barriga, a ansiedade em ver novamente e a dor da ausência.
As coisas mais
bobas passam a ter significado. A pessoa passa a ser música: mostrada,
compartilhada e escutada exaustivamente. Uma frase dita, um passeio, uma
mensagem enviada, o pacote de um bombom... Tudo é simbologia num romance de
estação. Nossa mente capta incessantemente cada gesto, cada sorriso, cada
trejeito do outro. Para ficar ali, na lembrança, para ser requisitado num dia
em que precisar.
No entanto,
assim como a primavera acaba, romances de estação tendem a passar. A vida nos
leva para outras estações. Algumas dessas relações transformam-se em algo mais
racional e caminham para a continuidade. Outras se perdem no desencontro: são
fases diferentes da vida, pessoas que não moram no mesmo lugar ou simplesmente um
dos dois perde o encanto.
Com o passar
dos anos, a gente aprende a enxergar esses encontros como olhamos para a
primavera: uma estação necessária, que traz mais alegria aos nossos dias, mas
que tem sentido ao se complementar com as demais estações.
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